A equipa de Pedro Adragão , coordenador do Centro do Ritmo Cardíaco do Hospital da Luz Lisboa , realizou com sucesso, no dia 17 de outubro, o primeiro tratamento de uma arritmia auricular complexa com recurso a estereotaxia e ressonância magnética . Foi a primeira vez que este procedimento foi feito: integração de imagens de ressonância magnética cardíaca (análise do substrato auricular) com o sistema de ablação robótica por navegação magnética Stereotaxis. O Centro do Ritmo Cardíaco do Hospital da Luz Lisboa é único em Portugal e um dos cinco maiores centros europeus a tratar por ablação robótica a fibrilhação auricular, que é a arritmia mais frequente do ser humano: já aqui foram realizadas mais de 1.500 ablações com recurso a esta tecnologia. O tratamento passo a passo: Foi selecionada uma doente com arritmia auricular grave. Antes da ablação, a doente fez um exame de ressonância magnética cardíaca, que permitiu visualizar as estruturas das aurículas e, nestas, identificar as zonas patológicas. Durante o tratamento endocárdico, o equipamento de estereotaxia integrou as imagens prévias da ressonância magnética, para ser efetuada a terapêutica com grande precisão. “É um avanço muito importante. O objetivo, para futuro, é sermos cada vez menos invasivos nestes tratamentos do coração. Estas imagens tiradas antes da intervenção permitem-nos saber de antemão quais são os alvos terapêuticos – e, ao conhecê-los, podemos atuar diretamente nesses locais, de forma menos invasiva”, explica Pedro Adragão. Desde a abertura, em 2007, que o Hospital da Luz Lisboa dispõe da solução de navegação magnética cardíaca Stereotaxis que: utiliza cateteres de elevada flexibilidade e baixa pressão parietal que permitem menor exposição à radiação e uma navegação mais segura do que a navegação convencional realizada manualmente; reduz grandemente o risco de complicações, além de igualar a melhor taxa de sucesso das intervenções feitas com técnica manual. Além da ablação por cateter de arritmias, a implantação de cardioversores desfibrilhadores, ressincronizadores, pacemakers (incluindo a cápsula cardíaca) e detetores de eventos são outros procedimentos que são também realizados no Centro do Ritmo Cardíaco do Hospital da Luz em Lisboa.